15 de out. de 2014

Morte Súbita

*ATENÇÃO, ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS DO LIVRO “MORTE SÚBITA” DA J. K. ROWLING*

Acabei de ler novamente o livro “Morte Súbita”, da J. K. Rowling. Além de ser um livro fantástico que mostra que a J. K. é muito mais do que a autora de Harry Potter (não que isso seja pouca coisa, na realidade é MUITA coisa) e surpreendeu a todos com essa obra prima literária.
Cada vez que eu leio esse livro sinto algo diferente, tenho uma impressão diferente, tenho emoções e sentimentos diferentes, e dessa vez esse livro me levou à um outro nível de reflexão (e eu me pergunto como eu não refleti sobre isso das outras vezes que li o livro).
Pagford é um pequeno distrito pertencente a cidadezinha de Yarvil. Sabe aquelas cidades de interior onde todo mundo conhece todo mundo e nenhum segredo consegue ser mantido por muito tempo? Então, lá é assim, ou deveria ser.
Um belo dia Barry Fairbrother tem um morte súbita decorrente de um aneurisma, e aí as coisas começam a se desenrolar. Dentre os personagens que aparecem com maior destaque estão Shirley e Howard Mollison, Samantha e Miles Mollison, Sukhvinder Jawanda, Andrew Price, Tessa e Stuart “Bola”, e a minha preferida: Krystal Weedon.
No desenrolar da história, o “Fantasma de Barry Fairbrother” começa a revelar alguns segredos que estavam escondidos a sete chaves e ninguém jamais desconfiou. E aí que começamos a ver traços das personalidades.
Tem o pai violento que bate nos filhos e na mulher, o casal que tenta pagar de “casal perfeito” mas o marido traí a esposa, o cara bonitinho e que parece ser legal que na realidade é um sacana covarde, a esposa insatisfeita com o comportamento do marido, o vice-diretor que é pedófilo mas luta contra isso, a mãe drogada que tenta sair do vício para não ser separada dos filhos.
A trama vai se desenrolando e você pega carinho por alguns personagens, e ódio por outros. Krystal Weedon é a minha personagem favorita, por trás de toda máscara de rebelde se esconde uma garota que não sabe qual rumo tomar na vida, que tem que cuidar do irmão porque a mãe é uma drogada. Me apeguei tanto a ela e ao Robbie que o fim deles me deixou de queixo caído.
Bola foi adotado por Tessa e Colin, e vive tentando contrariar os pais, mas principalmente o pai, depois é possível perceber que ele só queria o amor do pai, já que esse quase não demonstrava sentir nada por ele.  Bola e Krystal se envolvem, e é aí que Krys vê a saída para sua vida ,ela tenta a todo custo engravidar de Bola para ganhar uma casa financiada pelo governo para criar o filho e o irmão Robbie, já que sua mãe aparentemente não tem mais jeito.
Já Shirley Mollison conseguiu conquistar todo meu ódio. Mesmo depois de descobrir que seu marido, em quem confiava plenamente, a traia com a sócia Maureen, ela continua sendo a mais arrogante das pessoas, achando que merece toda atenção do mundo.
O pior é saber que tudo que esta descrito no livro acontece de verdade. Pessoas se matam a toda instante, tem gente que leva um relacionamento de merda por falta de diálogo, tem adolescentes que se cortam porque não tem coragem de se abrir com os pais, filhos que fazem de tudo para chamar a atenção dos pais. Tudo isso acontece em nossa sociedade.
Por exemplo, a morte do Robbie podia ter sido evitada por Gavin, Samantha ou Shirley, mas o egoísmo deles chegou ao ponto de nenhum deles se importarem quando viram o menino sozinho. Então tudo isso me fez pensar em o que eu estou fazendo para ajudar meu próximo?
Nem preciso ir longe, quantas pessoas ao meu redor não sofrem de depressão, e o que eu faço para ajudá-los a sair dessa? ABSOLUTAMENTE NADA! Então decidi que esta na hora de mudar, assim como a linda Samantha conseguiu fazer ao fim do livro. Esta na hora de ajudar a quem precisa.

Como? Isso eu ainda não sei, mas não me conformo em continuar pensando só nos meus próprios interesses quando outras pessoas estão precisando de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Opine, critique e faça uma blogueira feliz *-*